Na reta final da disputa, Massa reforça ideia de união nacional e Milei tenta desacreditar “campanha do medo”
Liberal usa o “Milei No” a seu favor
As últimas peças de propaganda de Milei foram marcantes. Numa delas, foi usada a expressão “Milei No”, criada pelos adversários peronistas, para reduzir os efeitos da campanha do medo. Foram mostrados, por exemplo, depoimentos de pequenos empresários e comerciantes durante a pandemia, reclamando das restrições de circulação impostas pelo governo de Alberto Fernández, apoiador de Massa.O próprio Milei apareceu mais tarde em um outro spot para negar várias das propostas atribuídas a ele. “Não vamos privatizar a saúde. Não vamos privatizar a educação. Não vamos privatizar o futebol. Vamos eliminar a inflação para sempre e os privilégios dos políticos. Não se deixe enganar”, disse na peça de propaganda.Mas a campanha continuou forte durante o dia, centenas de pessoas, a maioria funcionários, fizeram um abraço simbólico ao prédio do Banco Central da Argentina, órgão que estaria com seus dias contados num possível governo Milei. Estações de trem estamparam hoje cartazes contra a precarização dos serviços de transporte que uma eventual privatização traria em caso de vitória do ultraliberal
Segundo o jornal Clarín, também a Universidade de Buenos Aires se juntou à campanha contra Javier Milei três dias antes da votação e pronunciou-se em termos muito duros sobre a possível tarifação do ensino universitário e a implementação de um sistema de vouchers. “Se estas políticas forem concretizadas, a UBA terá que fechar as portas”, afirmou o Conselho Superior da instituição.
A campanha da coligação “A Liberdade Avança” não ficou só na defensiva. Foram feiras acusações contra a direção da Gendarmeria (a polícia militar da capital) e estudo para uma fraude eleitoral, com mudanças no conteúdo das urnas e em sua documentação. Irritado, o ministro da Segurança, Aníbal Fernández, anunciou que apresentará uma queixa-crime contra a coligação.